Destroços da Aeronave Caça AMX A1

Destroços da Aeronave Caça AMX A1

O ACIDENTE

Em 07 de dezembro de 2012, ocorreu um acidente envolvendo um caça AMX da Força Aérea Brasileira no lago da Usina Hidrelétrica de Machadinho, divisa entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, ocasionando a morte do piloto, capitão André Ricardo Halmenschlager, de 33 anos, a perda total da aeronave, avaliada em R$ 31,5 milhões e danos à rede de transmissão de energia, orçados em R$ 3 milhões.

A aeronave caiu após colidir com cabos supercondutores de eletricidade na linha de transmissão, e de acordo com relatórios de investigação, a queda não foi motivada por problemas mecânicos nos motores ou comandos.

O piloto, que estava numa missão de reconhecimento tático da região e de sensoriamento de uma balsa localizada no rio Uruguai, foi surpreendido pela linha de transmissão, que não constava na carta de navegação aérea que fazia parte do plano de voo, não havia sido mencionada no planejamento nem no briefing da missão.

As imagens dos satélites não conseguiram identificar a linha de transmissão em sua posição, e como o sensor era ultrapassado, foi exigido do piloto que voasse numa altitude baixa para conseguir captar as imagens em alta resolução. O baixo contrataste por conta da posição do sol no horário, foi um agravante que prejudicou o piloto. Mesmo acionando a alavanca de ejeção, as condições de baixa altitude impediram que o piloto se salvasse, sendo arremessado contra as árvores.

Três autoridades foram denunciadas por negligência ao não observarem as recomendações de segurança de voo feitas após um incidente semelhante com aeronave de mesmo modelo, do mesmo esquadrão, no dia 19 de junho de 2009, sem perdas de vidas.

 

Aeronave Caça AMX A1

A Aeronave AMX A-1 é usada para missões de interdição, apoio aéreo aproximado e reconhecimento aéreo. Foi desenvolvida pelo consórcio internacional AMX Internacional. Na Força Aérea Brasileira, ela é designada A-1 (A-1A para a versão monoplace e A-1B para a versão de dois lugares). Com a modernização o A-1 passa a incorporar o M em sua designação na FAB – Força Área Brasileira, tornando-se então A-1M. Na Itália, ela tem o apelido de “Ghibli”.

A Aeronave AMX é capaz de operar em altas velocidades subsônicas a baixa altitude, tanto de dia quanto de noite, e se necessário, a partir de bases pouco equipadas ou com pistas danificadas. A Aeronave conta com relativamente baixa assinatura em infravermelho e reduzida seção frontal ao radar, para melhorar seu percentual de sucesso nas missões. A autodefesa é proporcionada por mísseis, canhões integrados e sistemas de contramedidas eletrônicas.

Em 1977, a Força Aérea Italiana efetuou um requerimento para um caça-bombardeiro para substituir seus Aeritalia G.91 e alguns de seus F-104 Starfighter. Em vez de competir entre si pelo contrato, a Aeritalia (agora Alenia Aeronautica) e a Aermacchi concordaram em fazer uma proposta conjunta, já que ambas as companhias estavam considerando o desenvolvimento de uma classe similar de aviões por alguns anos. Os trabalhos de desenvolvimento iniciaram em abril de 1978.

Em 27 de março de 1981, o governo Italiano e o governo do Brasileiro concluíram um acordo de requerimentos conjuntos para as aeronaves, e a Embraer foi convidada a se juntar ao programa em julho do mesmo ano.

Nesta parceria, ficou sob a responsabilidade da Embraer, além da montagem das unidades para a FAB, absorver o conhecimento para o desenvolvimento e produção dos conjuntos e componentes do sistema de acionamento dos trens de pouso da aeronave. A Embraer forneceria tanto para as aeronaves brasileiras quanto para as italianas, os conjuntos dos trens de pouso principais, válvulas e atuadores de acionamento, conjuntos de rodas, freios e conjuntos de suporte e alijamento de cargas sub-alares. Todos estes componentes seriam de fornecimento brasileiro. Para isso, foi criada em 1984 a Embraer Divisão Equipamentos (EDE), que em 2008 passou a se denominar Eleb Equipamentos Ltda.

O primeiro protótipo voou em 15 de maio de 1984. Embora esse exemplar tenha sido perdido durante o seu quinto voo (matando seu piloto), o programa de testes foi considerado tranquilo. A produção em série foi iniciada na metade de 1986, com os primeiros exemplares entregues à Força Aérea Italiana e à Força Aérea Brasileira em 1989. Desde então, cerca de 200 AMXs foram construídos.

Ficha Técnica:

Nome: Aeronave Caça AMX A1

Motor: Turbofan monoplano monomotor

País de origem: Itália/ Brasil

Fabricante: AMX Internacional

Período de produção: 1986-1999

Tripulação: 1

Comprimento: 13,23 m (43,4 ft)

Altura: 4,55 m (14,9 ft)

Velocidade máxima: 1 020 km/h (550 kn)

Usado por: Força Aérea Brasileira e Força Aérea