Viatura Blindada EE-11 Urutu

O EE-11 Urutu é uma viatura blindada de transporte de pessoal, anfíbio, com tração 6×6, desenvolvido e fabricado no Brasil pela Engesa, a partir de 1974. Sua base de transmissão e componentes do chassi são do EE-9 Cascavel, do mesmo fabricante. Ambas as viaturas foram criadas no contexto da mecanização da cavalaria do Exército Brasileiro e expansão da indústria bélica nacional.

O Urutu serviu como complemento carregador de tropas para o Exército e o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). O CFN não quis a viatura em grandes números, mas o Exército Brasileiro adquiriu 217 unidades, que entraram em serviço a partir de 1975.

Foi também o primeiro blindado totalmente anfíbio desenvolvido no Brasil. Urutus já foram operados por mais de trinta exércitos nacionais e forças de segurança pelo mundo. Foram extremamente populares no Oriente Médio, especialmente com a Líbia e o Iraque, os quais compraram um grande número para complementar suas frotas de EE-9 Cascavel. O Iraque empregou seus Urutus na Guerra Irã-Iraque, que se tornou efetivamente um campo de prova para a viatura.

A Engesa havia cultivado uma relação próxima de trabalho com oficiais do Exército, e ligações pessoais foram vitais para assegurar o contrato inicial para um novo transporte. Na reorganização militar da virada da década de 1970, a cavalaria hipomóvel (montada a cavalo) estava sendo eliminada e novos meios motorizados, mecanizados e blindados eram incorporados. O binômio Urutu–Cascavel, de fabricação nacional, foi o que permitiu a criação de brigadas de cavalaria mecanizada. Além dos cavalos, eles substituíam veículos mais antigos, no caso do Urutu, os meia-lagartas e M3 Scout Cars.

O Urutu participou do contingente brasileiro na Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti, a partir de 2004. Ele serviu basicamente para o policiamento e teve melhor desempenho nessa função do que blindados, como o caveirão usado no Rio de Janeiro. O Urutu era o único blindado nas forças de manobra do contingente, afora os veículos dos Fuzileiros Navais. Nas vielas estreitas de Porto Príncipe enfrentou grandes manifestações, suportou ataques de gangues armadas e atravessou obstáculos, como fossos cavados por criminosos.

No exterior

EE-11 Urutu entrou em serviço no Exército Colombiano em 2016. A Engesa conseguiu exportar Urutus amplamente em três continentes. A natureza rústica dos blindados, assim como sua simplicidade tecnológica e de manutenção, tornava-se aquisições atraentes para um número de exércitos na América do Sul, Oriente Médio e África. Além disso, a Engesa era financeiramente dependente na perspectiva de exportações, sem as quais ela seria incapaz de sustentar a produção, mesmo com os largos pedidos de Cascavel e Urutu feitos pelo Exército Brasileiro.

A Líbia empregou seus Urutus amplamente durante seu conflito com o Chade, principalmente em operações mecanizadas em apoio aos rebeldes da Frente de Libertação Nacional do Chade (FROLINAT).

Na Tunísia, os Urutus da Guarda Nacional foram usados em controle de manifestações na Primavera Árabe em 2011. No Conflito armado na Colômbia, Urutus foram usados contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e outros grupos de 1982 a 2016.

O Urutu foi empregado por ambos os lados da Guerra Irã-Iraque. A maioria dos Urutus iraquianos foram designados para brigadas individuais da Guarda Republicana Iraquiana durante o conflito. Eles foram usados em pequena escala na Guerra do Golfo e na invasão americana do Iraque, sofrendo várias baixas.

Ficha técnica:

Nome: Viatura Blindada EE-11 Urutu

País de origem: Brasil

Ano de fabricação: 1974

Fabricante: Engesa

Motor: Mercedes-Benz diesel nacional ou Detroit Diesel nacional V-6

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/EE-11_Urutu